Os gestores têm um guia prático de (re)orientação a ações ambientais, sociais e de governança: são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS). Trata-se de uma agenda cuidadosamente negociada e consentida pelos países signatários ao longo de décadas, que deve ser alcançada até 2030. Várias empresas vinham se comprometendo com metas individuais, desconectadas do todo, como reduzir emissões de carbono ou evitar desmatamento. O que a ESG incentiva é que cada uma converta um ou mais objetivos da ONU [veja a lista ao lado] em parte central de sua estratégia e operações, contribuindo para o atingimento orquestrado das metas relacionadas aos ODS.

Como incorporar os ODS no dia a dia? Lá fora, em países como os Estados Unidos e a Alemanha, o processo se baseia na criação de mecanismos para que os diversos stakeholders tenham voz nas decisões e na supervisão das empresas por exemplo, dando-lhes assento em comitês ligados aos conselhos de administração, como vem sendo feito. Isso requer a avaliação franca de quem são esses stakeholders, é claro; não vale incluir só funcionários e clientes, como diz Sarah Kaplan, da Rotman School of Management, do Canadá.

Já no Brasil, as exigências regulatórias dão o tom, bem como a posição na cadeia de valor intermediários são mais atentos e a exposição internacional. Segundo Sonia Consiglio Favaretto, especialista em sustentabilidade, empresas financeiras são mais avança-das, conforme métricas da B3. Mas quem atua em setores ligados a grandes propósitos também deve ser listado. Não à toa, dois dos cases que selecionamos a seguir são de empresas de energia limpa.