Maria Eitel, CEO da Nike Foundation, iniciou, há oito anos, uma jornada para salvar as meninas do mundo. Uma adolescente de 13 anos a inspirou a criar a Girl Effect, iniciativa de âmbito mundial que, em menos de uma década, pôs na agenda de políticos e empresários as necessidades prementes de jovens mulheres miseráveis das áreas mais castigadas do mundo.

“Eu estava em uma região da Etiópia que é absurdamente pobre”, comenta Eitel, que havia sido estimulada pelo fundador da Nike, Phil Knight, a criar um braço sem fins lucrativos para a companhia. Ali acompanhou de perto, por um dia, uma menina chamada Kidan. Viu como amarrava um recipiente sujo às costas para transportar água e como, depois, moía grãos sentada em meio à sujeira. Eitel recorda-se: “Kidan era surpreendentemente inteligente, confiava em si e queria ser médica. Era um bom ponto de partida, mas logo descobrimos que não era o suficiente”.

Eitel falou com a mãe de Kidan sobre o futuro de sua filha, disposta a patrociná-la pela Nike, porém soube que a adolescente já tinha um acordo de casamento, em troca de vacas. Já que se casaria, as chances de sobrevivência de Kidan não eram altas. Na região, mais de 90% das mortes no parto são de mães adolescentes. Mas a família precisava das vacas.