Depois de tantas pesquisas e aulas sobre vieses inconscientes, uma questão fundamental nos surgiu: tendo consciência da nossa própria condição privilegiada (somos jornalistas brancas, empreendedoras e de classe média), como falar de preconceito e retratar a diversidade e a inclusão, sem enviesar a reportagem com a nossa visão de mundo? Nossa solução foi ceder nossas páginas para as diferentes vozes da diversidade, deixando as propostas emergirem de quem mais entende dos temas. Pedimos a sete porta-vozes de diferentes grupos minorizados para que trouxessem dados, propostas de soluções e alertas de armadilhas para orientar pessoas e empresas que desejam se aprofundar no tema. O resultado você confere nas páginas a seguir, lembrando que, ainda que esse seja um bom panorama, estamos longe de esgotar o tema. Como a diversidade é para todos, nem que este dossiê tivesse 200 páginas daríamos conta de contemplar todos os grupos que precisam de voz neste País. Portanto, pedimos a sua ajuda para que essa conversa iniciada aqui não termine nos limites de nossas páginas, ok?

Antes de ler as ideias dos nossos especialistas, convidamos você para um bate-papo com Ricardo Sales, sócio da consultoria Mais Diversidade e pesquisador da Universidade de São Paulo. Para nós, entrevistar Sales foi uma primeira aula sobre diversidade e inclusão, e nos demos conta de algo que o mundo dos negócios conhece bem: não podemos melhorar aquilo que não podemos medir. E esse é o alerta comum dos especialistas. Muitas empresas estão entrando na onda da diversidade sem nem compreender a sua própria realidade. E aí aprendem, da pior forma, que ser diverso sem ser inclusivo pode produzir uma foto bonita para o LinkedIn, mas resultar em um grande desperdício de tempo e investimento. E o que é preciso para ser inclusivo? Antes de mais nada, sensibilizar e educar. E é para realizar essa jornada de descobertas e empatia que convidamos você nessa primeira reportagem do dossiê.

Qual a diferença entre diversidade e inclusão?