“A loucura desencadeada pelas redes sociais e a entrada do Facebook na bolsa estão arruinando o Vale do Silício”, diz Steve Blank, empreendedor em série, autor de The Four Steps to the Epiphany e professor na Haas School of Business, da University of California em Berkeley, e na Columbia Business School, da Columbia University, em Nova York. Blank reclama que os capitalistas de risco, em vez de destinarem seus investimentos às startups ligadas à ciência, à robótica ou aos aparelhos médicos (conforme a proposta inicial do Vale do Silício, que abrigava a inovação em diferentes áreas), decidem pôr o dinheiro em produtos que funcionem em smartphone ou tablet.

Não se pode culpá-los: um empreen-dimento de software rende mais que qualquer outro. E a recente oferta pública inicial de ações do Facebook reforçou a tendência. Antes, um grande investidor podia gerar US$ 100 milhões em um projeto em cinco ou sete anos. Hoje, as startups de software rendem centenas de milhões de dólares em menos de três anos.

Como é possível? Basta multiplicar: há bilhões de usuários de aparelhos eletrônicos móveis conectados dia e noite, que interagem entre si por meio de plataformas sociais e formam um mercado gigantesco, com ganhos potenciais inimagináveis pelas companhias no passado.