Distanciamento social. Achate a curva. Abrigo em casa. Três meses atrás, nunca ouvimos falar desses termos. Agora, eles se tornaram temas definidores de nossas vidas. Adotamos esse vocabulário como um meio de compreender esse período surreal em que estamos vivendo. Na nossa luta contra uma ameaça microscópica, o novo léxico nos dá imagens vívidas de maneiras de nos proteger e sobreviver. Mas está na hora de expandirmos para a saúde mental o repertório linguístico sobre nossa saúde física.

A crise causada pelo novo coronavírus nos deixou um conjunto sem precedentes de emoções desconhecidas. Altos e baixos flutuam sobre uma corrente de apreensão constante. Mesmo quando nos permitimos ver os aspectos positivos da quarentena – a desaceleração, a oportunidade de nos reconectarmos com nós mesmos, nossas famílias e nossos entes queridos – não podemos deixar de sentir essa “coisa” insuportável por trás de tudo. Mas o que é isso?

Temos a tendência de chamar de “estresse”, mas é multidimensional. Dividir esse sentimento em partes e dar nomes a essas partes é crucial para nossa saúde, segurança e sanidade. Não estamos “trabalhando em casa”, estamos tentando nos adaptar a uma visão de mundo totalmente nova enquanto trabalhamos, aprendemos, ensinamos, fazemos parcerias, somos pais e muito mais, tudo simultaneamente, no mesmo espaço físico, em meio a uma crise global.