O livro O Segredo, de Rhonda Byrne, vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares só no Brasil. Já convertido em um clássico da literatura de autoajuda, esse best-seller busca explicar o sucesso por meio de uma regra: a lei da atração, segundo a qual nós atraímos aquilo que queremos atrair e, quando realmente queremos atrair o sucesso, conseguimos fazê-lo. Em outras palavras, o antigo ditado “querer é poder” voltou à carga. No entanto, ele é de um simplismo que não consegue ter apelo ao mundo dos negócios.

Existe, porém, uma versão muito mais científica e elaborada desse campeão de vendas. Ela coube a Malcolm Gladwell, autor de livros já paradigmáticos como Blink – A Decisão num Piscar de Olhos (ed. Rocco) e Ponto de Virada (ed. Sextante) e de conceitos caros aos gestores como o do conector. Com o mesmo ponto de partida de Byrne –descobrir por que algumas pessoas são bem-sucedidas e outras não–, Gladwell fez uma profunda pesquisa e concluiu: tudo está relacionado, de alguma forma, com as desvantagens “vantajosas” que as pessoas ostentam –como, por exemplo, a dislexia, traço comum de muitos empreendedores– e a compensação das fraquezas como caminho de aprendizado (mais do que a exploração dos pontos fortes).

Nesta conversa com o diretor da Rotman School, Roger Martin, Gladwell desenvolve seu raciocínio para apresentar sua regra das 10 mil horas de dedicação que constroem a carreira bem-sucedida, ou 98% de transpiração e o restante de inspiração, sabendo usar a seu favor as desvantagens e fraquezas de seu legado histórico e aproveitar as oportunidades.