As gigantes da tecnologia querem conquistar o setor de entretenimento. A Apple planeja lançar séries de TV originais por meio de um aplicativo de exclusividades na Apple TV e no iTunes. O Google lançou, pelo YouTube, uma divisão de “originais”. O Facebook vem estimulando (e até remunerando) celebridades pelo live streaming (transmissão ao vivo) de vídeos em sua plataforma, e o Alibaba está licenciando, financiando e desenvolvendo longas-metragens.

O que está por trás dessa corrida a Hollywood? Há duas razões. A primeira é que as companhias de tecnologia não podem mais ignorar o sucesso obtido pela Netflix e pela Amazon ao produzirem programação exclusiva de alta qualidade. A Netflix tornou-se um negócio de US$ 40 bilhões desde que apostou nesse setor, reunindo 75 milhões de assinantes e conquistando Emmys e Globos de Ouro. A Amazon Prime amealhou dezenas de milhões de novos consumidores e também diversos prêmios. Tudo isso alimentou o cenário competitivo. “As empresas tech estão admiradas do poder da Netflix sobre consumidores e mídias”, afirma Blair Westlake, ex-presidente do conselho da Universal Television e diretor de mídia e entretenimento da Microsoft. 

Em segundo lugar, as companhias de tecnologia veem no setor oportunidades de crescimento à medida que declina a TV a cabo. “Se eu parar de pagar US$ 200 por mês pela TV por assinatura e estiver disposto a gastar isso com uma versão mais ‘à la carte’, será que o YouTube Red Originals me oferecerá algo assim?”, provoca Jeremy Zimmer, cofundador e CEO da United Talent Agency. “Quem vai ganhar essa?”