Para explicar o presente e vislumbrar o futuro, o fundador da Amazon, Jeff Bezos, sempre recorre ao passado. Apreciador de analogias históricas, Bezos compara o impacto da internet nos negócios com o período cambriano, cerca de 550 milhões de anos atrás, quando a Terra viveu um salto evolucionário que deu origem à maior diversificação de espécies vista até então –e também à maior taxa de extinção de espécies. “Perigoso é não evoluir”, resume Bezos.

A evolução não é mera teoria na Amazon, é parte de seu projeto. Com origem numa loja unicelular de livros online, a Amazon evoluiu em seus 14 anos de vida para se tornar um shopping center cibernético monstruoso, oferecendo milhões de produtos e alcançando uma capitalização de mercado perto de US$ 34 bilhões. Distribui de tudo, de músicas, filmes e games a roupas, ferramentas de jardinagem e produtos de beleza, e até mesmo itens de sex shop.

Nada, porém, estimulou tanto a imaginação do público quanto o Kindle, “leitor de livros eletrônicos”, agora já em sua segunda versão. Embora não seja o primeiro equipamento a oferecer toda uma biblioteca na palma da mão, o Kindle é o primeiro sucesso nessa área, com centenas de milhares de unidades vendidas desde seu lançamento, em novembro de 2007.