Com criatividade inesgotável e cultivo dos relacionamentos profissionais, ele personificou a rápida recuperação econômica do Japão no período após a Segunda Guerra Mundial e soube ver, muito antes que seus contemporâneos, as enormes oportunidades que teria, em um mundo em crise, uma empresa que fosse capaz de pensar além de suas fronteiras.

Akio Morita nasceu em janeiro de 1921 como o esperado herdeiro de uma fábrica familiar de saquê em um povoado próximo à cidade japonesa de Nagoya. Mas seu amor pela música clássica e o contato que teve na infância com um objeto tecnológico, na época muito inovador –um toca-discos elétrico–, converteram-no em um apaixonado pela eletrônica e pela reprodução do som. Graduou-se em física pela Osaka Imperial University, Japão, em 1944, e foi pesquisador em um laboratório militar nos momentos finais da Segunda Guerra Mundial. Ali conheceu o engenheiro Masaru Ibuka, com quem fundaria, em maio de 1946, com um capital inicial mínimo e em uma Tóquio ainda com as marcas dos bombardeios, uma pequena empresa dedicada à fabricação e ao reparo de equipamento eletrônico: a Tokyo Telecommunications Engineering Corporation, rebatizada de Sony em 1958.

Com os anos, a empresa se transformou em prodigiosa máquina inovadora de produtos eletrônicos para a indústria e o consumo de massa. A contribuição de Morita foi maior no terreno do marketing que no da tecnologia. Convencido de que o desenvolvimento dos produtos deveria ser acompanhado da criação de um mercado, impulsionou a internacionalização e a diversificação da Sony.