Falar sobre os efeitos negativos do COVID-19, que preocupam o mundo, é falar o que lemos e ouvimos 99% do nosso tempo há semanas aqui no Brasil. Sem dúvida, um dos primeiros impactos da pandemia para as empresas e, consequentemente, para os seus colaboradores, foi o isolamento. Com isso, vieram as adaptações para o trabalho remoto (home office). Esse é um ponto que também não preciso entrar em detalhes, afinal, aprendemos muito sobre nas últimas semanas. Meu ponto aqui é, finalmente temos um tempo extra para aproveitar para aprender algo novo ou, simplesmente, não fazer nada. Afinal, não temos que nos deslocar até o trabalho e ficar horas no trânsito como é o caso de algumas cidades. E o que fazer com isso?

Estamos vivendo uma crise de FOMO (Fear of Missing Out), que significa medo de perder oportunidades, de ficar de fora de algo. Trata-se de uma condição mais contemporânea bastante característica da lógica de consumo que nos traz a ideia de que ser feliz, validar a existência, consumir ou ser igual ao padrão, é uma ordem. É a cultura do excesso que nos faz crer que consumindo, produzindo, e desta forma, sendo “felizes” é que a nossa existência é validada. Estamos sofrendo de ansiedade causada pelo custo de oportunidade. Estamos nos questionando sobre nossas vidas em relação à vida das outras pessoas. As escolhas dos outros, cada vez mais estampadas nas redes sociais, servem como espelho.

E, neste momento, estamos vivendo algo que remonta tudo isso: “Faça yoga!”, “Faça exercícios em casa!”, “Medite!”, “Estude um idioma novo!”, gerando a lógica de que a vida confinada precisa ser aproveitada o máximo possível e que existe uma fórmula mágica para o sucesso tanto em nível pessoal como profissional em tempos de quarentena.