Do varejo para a indústria, e de volta para o varejo. Das lojas próprias para o franchising e o licenciamento, e de volta para as lojas próprias. Da verticalização chefiada pela indústria para uma que harmoniza toda a cadeia de valor –uma tentativa de explicá-la talvez fosse “integração proprietária”. Da concordata para um desempenho que lhe valeu uma das três primeiras posições de market share e lucro líquido deR$ 214,2 milhões em 2009.

O caminho percorrido pela rede de varejo têxtil Riachuelo nos últimos 52 anos não foi nada linear. Mas o momento positivo por que ela passa agora parece recompensar a criatividade, a visão estratégica e o senso de oportunidade dos empreendedores que a fizeram em dois momentos: Nevaldo Rocha, o fundador, e Flávio Rocha, o sucessor.

Sim, foram dois os seus empreendedores. Esta edição da seção Empreendedores Brasil focaliza, excepcionalmente, não uma história de empreendedorismo seminal e pioneiro –o empreendedorismo normalmente descrito na literatura de gestão e na mídia especializada–, mas um caso de “reempreendedorismo”. A Riachuelo viveu uma segunda onda empreendedora, capitaneada pela segunda geração da família Rocha que, em vez de se limitar a continuar o que foi feito na origem, resolveu correr riscos novamente e reinventar o negócio. Trata-se de um movimento que desautoriza por completo o provérbio “pai rico, filho nobre, neto pobre”, uma vez que o filho toma a dianteira e promove uma ruptura equivalente à do empreendedorismo fundador.