Mesmo nestes velozes anos do início do século 21, há um grupo de organizações de idade avançada que conseguiram sintonizar-se com os anseios da sociedade e que, por isso mesmo, têm sucesso. Rosabeth Moss Kanter, a célebre professora da Harvard Business School, batizou-as de supercorps, ou supercorporações. Seu diferencial é o superpoder de “ver através das paredes” que proporcionam a seus integrantes, como se estes fossem super-homens. Por três anos, Kanter fez mais de 350 entrevistas em 20 países para descobrir as características de tais empresas, como a IBM, a mexicana Cemex e a Omron, fabricante de sistemas de automação e componentes eletrônicos, e lançou um livro para detalhar a pesquisa, intitulado Empresas Fora de Série (ed. Campus/Elsevier).

Em entrevista exclusiva a José Salibi Neto, chief knowledge officer da HSM do Brasil, Kanter discorre sobre os principais tópicos do livro, explicando como as supercorporações constituíram sistemas capazes de inovar em ritmo acelerado em um mundo instável e discutindo os grandes desafios a serem enfrentados –dos que respondem às demandas da sustentabilidade e alguns tão básicos quanto “pensar”.

Começo nossa conversa com uma pergunta grande, cabeluda e audaciosa –ou big, hairy and audacious, como Jim Collins recomendaria. As pessoas que comandam as organizações, nos mais diversos níveis, costumam pensar?