“No ato da criação, as pessoas discutem. Têm diálogos acalorados. Irritam-se! Sem uma verdadeira troca, não se pode gerar conhecimento. Porque é uma atividade humana.” Quem diz isso é o especialista em negócios Ikujiro Nonaka, sediado em Tóquio. Ele é coautor, com os pesquisadores Ryoko Toyama e Toru Hirata, do livro Managing Flow: a Process Theory of the Knowledge-Based Firm (ed. Palgrave MacMillan). A obra mostra como as empresas japonesas com resultados consistentemente superiores desenvolvem produtos e serviços inovadores domando o poder da criação do conhecimento.

Nonaka revela as dinâmicas subjacentes ao desenvolvimento de conhecimento em várias organizações. Um exemplo é a prática da indústria farmacêutica Eisai de enviar seus pesquisadores para trabalhar no atendimento a pessoas idosas nos hospitais, para observar de perto a forma como os pacientes usam os remédios.

Em Managing Flow, o especialista resume e extrapola um trabalho que pode mudar a visão predominante sobre gestão do conhecimento na maioria das empresas, de um braço da tecnologia da informação para algo que capacita as pessoas ao aprendizado profundo. Aos 73 anos de idade, Nonaka desenvolve seu trabalho há mais de 40. No Japão, onde é professor emérito da Hitotsubashi University, em Tóquio, é reconhecido como o pesquisador mais importante do país na área de gestão. Entre outros cargos, é professor visitante da University of California em Berkeley e recebeu o título “Acadêmico Drucker em Residência” (em homenagem a Peter Drucker) da Claremont Gradua­te University, em Los Angeles.