Organizações que sobrevivem à concorrência se tornam mais fortes, mas apenas em determinados contextos de mercado
Na história Alice através do Espelho, segunda parte das aventuras de Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll descreve uma cena em que uma das personagens, a malvada Rainha de Copas, explica a Alice que, em seu país, “é preciso correr o mais que puder para permanecer no mesmo lugar”. Os especialistas em biologia recorreram a essa cena para ilustrar a cadeia evolutiva entre as espécies. William P. Barnett, professor de liderança, estratégia e organizações da Stanford Business School, argumenta que uma dinâmica similar é colocada em funcionamento quando as empresas competem e que essa dinâmica determina como evoluem ao longo do tempo.
Sua análise se concentra em dois dos mais competitivos setores de atividade da atualidade –a fabricação de computadores e os bancos comerciais–, para depois extrair algumas conclusões surpreendentes. As organizações que sobrevivem à concorrência se tornam mais fortes, diz ele, porém apenas em determinados contextos de mercado. Em algum momento, acrescenta, a competitividade de uma empresa depende de sua experiência histórica.
No que chama de “concorrência Rainha de Copas”, as organizações aprendem como responder à concorrência e se fortalecem competindo, porém ao mesmo tempo incentivam o aprendizado em seus concorrentes. Em consequência, o desempenho não é absoluto, mas relativo em relação à concorrência.