“A base biológica de nossa mente é a personalização do cérebro, ou seja, redes neurais que vão se desenvolvendo à medida que amadurecemos”, diz Susan Greenfield, professora de farmacologia da Oxford University e especialista em neurologia. Ela se preocupa com o impacto, sobre nosso cérebro, da internet e todas suas telas, fixas ou móveis.

A hiperestimulação visual a que somos submetidos, afirma Greenfield, muda drasticamente o processo de geração de ligações entre os neurônios. A velocidade e a multiplicidade de mensagens na tela reduziram nossa capacidade de manter a atenção e reter o que vemos, lemos ou ouvimos, nos tornaram mais sensíveis aos apelos sensoriais e com menor capacidade para abstrair, conclui. E o batiza de “efeito tela”.

Michael Merzenich, professor emérito da University of California, autoridade no que se refere à plasticidade do cérebro, tem a mesma opinião: “O cérebro humano é muito plástico, os neurônios e as sinapses são modificados pelas circunstâncias”. Isso significa que, quando nos adaptamos a um novo fenômeno, o cérebro muda e continua se reordenando, mesmo quando não estamos diante do estímulo.