Em janeiro deste ano, Suzana e Cláudio Pádua, do Ipê, foram dois dos empreendedores brasileiros presentes na reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça. Só que o Ipê não é uma empresa convencional; o negócio do Instituto de Pesquisas Ecológicas é promover o desenvolvimento sustentável e a conservação da biodiversidade em comunidades pobres no Brasil.

A presença de uma organização como o Ipê no que se considera o evento máximo do capitalismo mundial mostra quanto o mundo corporativo vem mudando. Mais do que maquiagem politicamente correta, uma nova mentalidade empresarial está em ascensão, disposta a participar de soluções inovadoras para problemas socioambientais de maneira eficaz, eficiente, sustentável e que crie valor para a sociedade como um todo. Essa é a definição de “inovação social” adotada pela Stanford University, referência na área, e uma diferença-chave é que ela aceita o lucro.

A inovação social é apresentada como um avanço em relação ao empreendedorismo social, normalmente associado a organizações sem fins lucrativos. E, com ela, surgem o negócio social e o empreendedor inovador social. Segundo a Schwab Foundation, outra das referências da área, esse empreendedor deve reu­nir as características de Richard Branson, empresário britânico, fundador do grupo Virgin, com mais de 400 empresas e 70 mil funcionários, e as de madre Teresa de Calcutá, missionária católica ganhadora do Prêmio Nobel da Paz e beatificada.