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Quero falar de quatro tendências para os próximos 25 anos. Essas quatro tendências são inevitáveis.

Essa companhia ou produto específico não são inevitáveis,

mas as tendências vão acontecer independente do que fizermos. Então temos que estar prontos para abraçá-las.

A primeira tendência, que acho a mais importante, é a ideia de que tudo será um pouco mais inteligente.

Uso uma palavra chique em inglês que é "cognify", tornar mais inteligente.

Cognify é algo que conhecemos também como inteligência artificial. Mas espero

pegar essa palavra que vocês ouviram antes e dar uma ideia de por que acho tão importante.

Em primeiro lugar começamos com a ideia de que talvez estejamos usando "esperteza" artificial em vez de "inteligência" artificial,

porque dá uma ideia melhor do que vamos ver.

Sua calculadora

já é mais esperta que você em aritmética.

Seu GPS é mais esperto em navegação espacial.

Motores de busca como o Google já são mais espertos em memória de longo prazo. Então as máquinas já têm algum tipo de inteligência.

Temos alguma ideia de nossa própria inteligência que chamamos de QI. E a ideia é essa única dimensão,

como o barulho aumentando, que vai melhorando, como um camundongo, daí um rato, daí um macaco, daí um idiota,

daí uma pessoa mediana como eu ou você,

daí um gênio e IA... E essa ideia é totalmente errada, não é o que é inteligência,

não tem uma única dimensão.

É um conjunto de dezenas de tipos diferentes de cognição. Seu cérebro, sua mente, tem percepção,

consciência espacial, raciocínio simbólico, raciocínio dedutivo, inferência lógica, tem muitos tipos de inteligências,

plurais, dentro dela. É um complexo, é uma sinfonia de diferentes tipos de pensamento que, é claro, variam de pessoa para pessoa.

Então o que quero dar a vocês é uma fotografia de que vamos fazer centenas de tipos de IA, é plural, não é um tipo só.

Existem muitos tipos. E nenhum deles

é como o ser humano. Os tipos de mentes artificiais que vamos fazer não vão pensar como humanos. Esse é o benefício deles,

esse é o ponto forte.

Vamos criar um zoológico de pensamentos artificiais e o motivo por que não queremos que sejam humanos

é que como humanos nós já fazemos. Não queremos que um humano dirija um carro, queremos que uma IA faça isso

porque ela não pensa como humano.

Conforme nos conectamos todos, temos 7 bilhões de pessoas conectadas o tempo.

Isso torna muito difícil pensar de forma diferente. Se você está conectado a todos os humanos o tempo todo,

torna-se difícil pensar diferente. E essa na verdade uma das vantagens da IA, vai nos ajudar a pensar de forma diferente.

Porque ela pensa diferente. Então pensar diferente é um aspecto que eu queria enfatizar, e o segundo é a nova energia artificial.

Tivemos a Revolução Industrial,

que criou esta cidade onde você está,

e tudo porque inventamos a energia artificial.

Antes disso, na Idade da Agricultura, a única forma de fazer qualquer coisa era usar a energia muscular natural

do homem ou dos animais. Para construir uma casa, você tinha que usar a energia muscular, energia natural,

para construir uma estrada, energia natural, fazer roupas, energia natural. E inventamos a energia artificial,

a locomotiva a vapor, os motores, energia a petróleo, nuclear, elétrica,

e isso nos liberou para desenvolver uma habilidade que nunca tivemos antes. Então pudemos realmente fazer este edifício,

fazer a cidade, fazer as roupas, fazer as cadeiras desta sala, com energia artificial. E nós distribuímos a energia artificial em uma rede,

os chamados grids elétricos, todas as casas, todas as fábricas, todas as empresas.

E essa rede tornou a eletricidade uma commodity, uma utility, que todo mundo pode comprar.

Se você quer um pouco de energia artificial, você simplesmente compra o tanto de energia que quer ou precisa. E esse acesso permitiu,

por exemplo, que um fazendeiro em algum lugar tenha uma ideia. O fazendeiro tinha uma bomba manual, movida a energia natural, e ele usava a energia muscular para fazer a bomba de água funcionar.

Ele tem uma ideia. Vou comprar energia artificial, eletricidade, e vou inventar a bomba elétrica.

Isso vai funcionar noite e dia. Essa bomba elétrica foi a Revolução Industrial. Você multiplica isso por um milhão de exemplos

e você tem a Revolução Industrial. Fez, repito, o ambiente que conhecemos.

Agora vamos fazer a mesma coisa,

outra vez, mas com inteligência artificial. Vamos pegar a bomba elétrica

e adicionar inteligência artificial nela e vamos fazer uma bomba esperta.

E vamos multiplicar isso por um milhão de vezes. E essa é a Segunda Revolução Industrial, e é isso que significa inteligência artificial.

OK? Então quando você dirige um carro em uma rua você aperta um botão, liga um interruptor, e você evoca a energia de 250 cavalos,

energia natural, 250 cavalos naturais,

para você se deslocar pela rua, mas você também pode usar isso para levantar um arranha-céu, produzir roupas, tecidos,

milhas por hora, você pode usar para fabricar todas as cadeiras, todos os sapatos desta sala, essa é a energia que temos com a energia artificial.

E agora vamos acrescentar 250 mentes a isso. Não são mentes humanas.

É pensamento, mas não é pensamento humano.

E essa combinação de energia artificial com inteligência artificial é o carro autoguiado. Então eu sugeri que a fórmula

das próximas 10 mil startups é:

"pegue alguma coisa e acrescente inteligência artificial a isso".

Então se você pega carros...

Se pega táxis e acrescenta IA você tem Uber.

Pode pegar sapatos e acrescentar IA, você tem o quê? Comida e acrescentar IA?

O que robôs e IA estão fazendo é assumir as tarefas em que produtividade e eficiência

são críticos e importam.

Esses são os tipos de tarefas

que cabem aos robôs e IA, coisas em que eficiência conta.

Mas há um monte de outras coisas que precisam ser feitas, em que a eficiência não importa.

E é nisso que os humanos são bons. Então em que a eficiência não importa? Por exemplo, ciência.

É inerentemente ineficiente. A única forma de descobrir algo novo é fazendo experimentos que falham.

A falha é ineficiente. A única forma de descobrir algo novo é chegando a um beco sem saída. Becos sem saída são ineficientes.

A única forma de inovar em startup é experimentar coisas que não funcionam. Isso é ineficiente.

Se você é 100% eficiente como cientista ou inovador você não aprendeu nada. Quando Gary Kasparov,

o melhor jogador de xadrez do mundo, perdeu pro Deep Blue, a maior IA da época,

ele ficou muito nervoso. Ele disse: "Sabe,

eu perdi, mas se eu, Gary Kasparov, tivesse tido acesso ao banco de dados de todos os movimentos como o Deep Blue teve..."

– porque ele tinha o registro em seu cérebro de todos os movimentos já jogados no xadrez. Kasparov disse:

"Se eu tivesse tido acesso a isso, eu teria ganho".

Então, ele disse, realmente não é justo.

Quero abrir uma nova liga de xadrez, na qual humanos possam jogar ao lado da IA, juntos.

E ele chamou isso de Centauro, uma equipe de humano mais IA.

Como a figura mitológica grega metade humana, metade cavalo, um Centauro é meio IA, meio humano.

E acontece que

essa é uma combinação muito, muito poderosa. E hoje, no planeta,

o melhor jogador de xadrez do mundo não é um IA,

não é um homem,

é um Centauro. Um homem mais IAs. Na verdade, são múltiplos homens e múltiplas IAs. Então a segunda tendência sobre a qual quero falar é interação.

Interação...

Toda vez que fazemos uma máquina, uma nova invenção, um novo aparelho, queremos interagir com ele, cada vez mais.

Isso está aumentando com o tempo.

Não somos mais pessoas do livro, somos pessoas da tela, é com as telas que interagimos com nossas máquinas.

Estive envolvido com Steven Spielberg para inventar a tecnologia para o filme Minority Report, onde imaginamos que o futuro das interfaces

para computador era usar as mãos. O personagem de Tom Cruise conduz os dados.

Não são apenas grandes gestos, mas pequenos gestos, que podem ser reconhecidos, e essa é outra forma de interagir com nossa tecnologia.

E temos voz de conversa, temos a Alexa da Amazon, Home do Google, nós conversamos em mão dupla e isso está se tornando realmente muito exato.

Mas a forma decisiva pela qual conversamos é ir dentro do computador,

chamamos isso de realidade virtual, é para isso que colocamos os óculos.

E há dois tipos de RV: há o tipo imersivo, no qual você coloca o fone de ouvido e você está em um lugar diferente, chamado RV;

e há outro tipo, chamado RM, ou RA, em que você coloca um tipo de óculos e você vê a sala,

mas há coisas virtuais na sala, há cadeiras virtuais, você pode andar em volta dela e vê-la, e quem sabe até movê-la com sua própria mão.

E isso na verdade é muito útil

para fazer design, desenho industrial. A terceira tendência sobre a qual quero falar é acesso.

O Uber é a maior empresa de táxi do mundo sem possuir nenhum carro; o Facebook é a maior empresa de mídia do mundo

sem possuir nenhum conteúdo; Alibaba é o maior varejista do mundo sem possuir estoque;

Airbnb é a maior empresa hoteleira e não tem propriedades.

Então ter coisas não é mais tão importante quanto era.

Isso é verdade, estamos vendo uma mudança de ter acesso para as coisas versus possuí-las. Então há uma mudança do consumidor

de ter acesso instantâneo para o que ele precisa em vez de ser dono. Porque ser dono pode ser arriscado.

Exige fazer backup, manter seguro, estocar, arquivar, catalogar, limpar, tantas coisas. Se você acessá-las,

é muito mais fácil enquanto consumidor. Se você pode ter uma entrega rápida, fabricação imediata com impressão 3D,

na loja do bairro que vai imprimir o que você precisa em 15 minutos,

ou a materialização das coisas, as coisas se tornam menores e mais leves, todas essas coisas sugerem

que mesmo no mundo físico, ser dono das coisas não é tão importante quanto era.

Não que vá sumir, alguém vai ter que ser dono de coisas,

mas não será o padrão.

O padrão será acessar coisas, em vez de possuí-las.

E isso é a economia sob demanda sobre a qual sempre falamos,

quer dizer, outra vez, se você coisas sob demanda quando quer,

você não tem de comprá-la, mas isso é uma enorme oportunidade para descobrir como entregar coisas instantaneamente sob demanda.

O que chamamos de efeito Uber. A última coisa sobre a qual quero falar é compartilhamento.

Outra vez,

o Uber é meio que economia do compartilhamento, você compartilha o mesmo carro, não é dono, mas eu quero expandir esse conceito um pouco.

Não importa em que negócio você está hoje,

você está no negócio de dados.

Agricultura, é negócio de dados; química, é negócio de dados; mineração, é negócio de dados;

hotelaria, é negócio de dados;

bancos, é claro, é negócio de dados. Não importa, você agora está em um negócio de dados e dados hoje é um tipo de petróleo,

é a nova riqueza, é como você obtém poder. As maiores empresas do mundo hoje são negócios de dados – Google, Facebook, Amazon –

são todas empresas de dados.

E dados sobre seus clientes são quase tão valiosos quanto os próprios clientes. Acho que estamos todos bem no comecinho,

na primeira hora do primeiro dia, na verdade.

Se pegarmos uma máquina do tempo para o ano 2052, que é daqui a 25 anos, vamos olhar para trás, para hoje,

e uma das coisas que vamos perceber é que não há especialistas.

Muitas pessoas trabalham em IA, têm altos salários,

mas elas não sabem nada realmente comparado com o que saberão em 25 anos.

A gente se dá conta de que hoje não há experts, não há experts em RV, na verdade não sabemos como funciona.

Não há especialistas em dados.

Tudo começou este ano, vamos nos dar conta, se olharmos para trás,

que nada do que aconteceu antes de 2017 realmente conta, tudo meio que começou agora. Quando começamos a descobrir o que era RV, IA,

e a gerir os dados. Então comparado com o passado,

nunca houve ferramentas melhores para fazer coisas, nunca houve mercados maiores, nunca houve recursos mais baratos para empréstimo,

nunca houve menos barreiras de entrada do que hoje, este ano.

Mas também, comparado com o futuro,

este é o melhor momento, porque não há especialistas.

As frutas estão penduradas em galhos baixos para serem colhidas.

Não há concorrência comparativamente, porque apenas começou. É barato entrar.

Pensando em onde vamos estar daqui a 25 anos este é o melhor momento para começar sem dúvida.

De todas as coisas que falei para vocês, esqueci de dizer a mais importante:

e isso porque eu não sei qual é.

A coisa mais importante em 25 anos não foi inventada ainda. Se estivesse fazendo esta conferência em 25 anos

eu não teria mencionado a web, ou smartphones.

Então tenho muita certeza

de que de todas as coisas que disse a vocês, não disse a mais importante, porque não foi inventada.

Este ainda é o melhor momento, porque as melhores coisas estão à nossa frente, não foram inventadas;

as melhores ferramentas, na história da humanidade;

não temos especialistas.

Significa que

vocês não estão atrasados.

Vocês não estão atrasados, este é o começo,

saiam e façam acontecer.

Este é o melhor momento de todos. Obrigado pela atenção.