Você provavelmente já sabe que o Brasil importa 90% dos microchips que consome principalmente de Taiwan e Coreia do Sul, que dominam o mercado. Alguns comparam os dois países ao monopólio dos países árabes (a Opep, no caso) nos tempos da crise do petróleo nos anos 1970. A Coreia atua por meio da Sambung principalmente e Taiwan, pela TSMC. Segundo estimativas do BC países produzem 43% dos microchips no mundo, enquanto EUA, por exemplo, produz 12% e China mais ou menos a mesma coisa. Como a Bloomberg Business Week tinha publicado, tanto Estados Unidos como China já vinham incomodados com essa dominância, incômodo esse que aumentou com a falta de produtos por conta da pandemia de covid-19.

O resultado é que a China está se mexendo. Como conta o jornal chinês Global Times, muitos investidores estão apostando fichas no setor com as sanções dos EUA à ZTE e à Huawei, o capital mudou o foco da internet para o design de chips e a indústria de manufatura.

Além disso, os governos provinciais e municipais correram para atrair capital, e as empresas, incluindo as de internet, trataram de construir novas fábricas de semicondutores. Eles sabem que os microchips são vitais para muitos produtos, desde eletrodomésticos inteligentes até veículos de direção autônomos, o que faz a demanda doméstica ser enorme. E também ficaram traumatizados com a lista de empresas vetadas imposta pelos EUA não querem correr esse risco de novo.