Em entrevista exclusiva, Tarek Farahat, presidente da P&G Brasil, discute a inovação reversa e os caminhos que levarão a subsidiária a aumentar sua contribuição ao grupo mundial
Os obeliscos que serviam como sinalizadores de templos religiosos no Egito eram blocos de pedra únicos –alguns com até 30 metros de altura–, meticulosamente esculpidos e erguidos apenas depois da certeza de sua correção. Um obelisco fracassava quando, por exemplo, a pedra original tinha uma rachadura não detectada na hora certa, o que significava o desperdício de todo o trabalho árduo das inscrições, que levava cerca de três anos.
Esse exemplo de sua terra natal foi a fonte de inspiração para Tarek Farahat, Presidente da Procter & Gamble no Brasil, batizar seu conceito de “inovação reversa”, com que fez, no início do milênio, as fraldas Pampers subir de uma participação tímida no mercado para a liderança. O conceito do obelisco foi exportado para a matriz, virou estudo de caso em Harvard e, em 2006, Farahat assumia a Presidência aqui.
Agora, a ambição é ainda maior: aumentar, entre os brasileiros, o índice de conhecimento da marca P&G, que era de 30% em julho, e transformar o País em um dos maiores mercados mundiais da corporação em cinco anos. Em entrevista exclusiva a José Salibi Neto, Chief Knowledge Officer da HSM do Brasil, Farahat troca ideias sobre consumidores e gestão e até surpreende ao dizer que um dos segredos da alta produtividade é a pessoa ser feliz.