A sigla P&D – pesquisa e desenvolvimento – já saiu do discurso para a realidade das empresas brasileiras. E, ao que tudo indica, o mesmo acontecerá com D&I muito em breve. Diversidade e inclusão foram um dos temas mais presentes na edição 2018 do Congresso Nacional de Recursos Humanos, o Conarh, um dos mais importantes eventos da área nas  Américas. O tema principal do ano foi o protagonismo para a transformação, mas a inclusão das várias formas de diversidade nas empresas e seus desafios nesse front continuaram a ser discutidos de modo vibrante e com base em um número crescente de experiências práticas, que comprovam que o conceito não é um simples modismo.

Pelo que se viu no Conarh, importantes organizações do Brasil já colocaram D&I na agenda de seu board, de suas lideranças e dos demais colaboradores. Apesar da crise que direciona as preocupações da área de gestão de pessoas para as emergências do dia a dia, vê-se que essa questão importante segue firme no radar empresarial. Há cada vez mais  esforços em favor dos cinco pilares tradicionais da área – que são diversidade de gênero, LGBT, raças/etnias e gerações, pessoas com deficiência. No caso das PCDs, há um empenho em ir além das exigências legais, com empresas do setor varejista e de tecnologia da informação contratando cada vez mais gente. Até o pilar mais “ousado” e difícil de emplacar na diversidade, o da inclusão de egressos do sistema prisional no mercado, já recebe mais atenção.

A empresa francesa de cosméticos L’Oréal foi um dos destaques nesse aspecto. A presidente da operação brasileira, An Verhulst-Santos, mostrou a naturalidade com que a multinacional francesa trata as questões de gênero e a gestão das carreiras das mulheres, facilitando para que esse público tenha ascensão aos cargos mais altos da empresa. Ela, por exemplo, fez parte do board executivo internacional e contou aos presentes como as práticas da empresa apoiaram sua trajetória (no Brasil e em outros países nos quais operam). Segundo o Instituto Ethos, no mercado brasileiro há 14% de mulheres nos quadros executivos de empresas, enquanto na L’Oréal elas são 31% da liderança executiva. Em posições estratégicas, o mercado do Brasil geral tem 31% de mulheres, mas na L’Óréal somam 48%. Por fim, no quadro geral de funcionários, as mulheres são 35% no Brasil e, na L’Oréal, representam 58%.