Rivalidade entre concorrentes. Poder de barganha dos clientes. Poder de barganha dos fornecedores. Ameaça de novos entrantes. Ameaça de produtos substitutos. Esses cinco itens soam familiares ao leitor? Exato, são as cinco forças do mais importante modelo estratégico do mundo empresarial, o modelo de Michael Porter.

É importante não se assustar, no entanto, quando dissermos que Porter revisou o modelo recentemente. Isso ocorreu porque, nos últimos 15 a 20 anos, as economias de escala obtidas no lado da demanda se tornaram mais importantes que as obtidas no lado da oferta. Hoje, graças ao que ele denomina “efeito de rede”, os clientes são uma poderosa vantagem competitiva para empresas que queiram evitar, por exemplo, a ameaça de novos entrantes ou a de produtos substitutos.

Em entrevista exclusiva a José Salibi Neto, chief knowledge officer da HSM do Brasil, Michael Porter explica o novo movimento que envolve a estratégia no mundo, marcado por essa mudança nas economias de escala e por maior aproximação entre empresas e sociedade. Isso inclui a responsabilidade social corporativa como fator competitivo, segundo ele, mas não acaba aí. Porter também mostra maior tolerância a outras linhas estratégicas existentes, como a do oceano azul, de W. Chan Kim e Renée Mauborgne, e a que enfatiza a execução, de Ram Charan. Ele reconhece que ambas, ao reembalarem a estratégia ou reenfatizarem determinado aspecto seu, facilitam a abordagem das empresas.