Qual é seu ativo mais valioso? Dinheiro? Imóveis? Ações? A meu ver, é sua CABEÇA – e a capacidade de, com ela, gerar valor e se manter competitivo ao longo do tempo.

O pensamento de que a cabeça é o tesouro tem pautado minhas ações nos últimos anos, construindo a XP, liderando o InfoMoney e agora criando o StartSe e investindo em fintechs. O tempo em que morei no Vale do Silício me fez ter ainda mais certeza disso.

Mas não é qualquer cabeça. Estamos em uma era em que o conhecimento dura pouco – se, no passado, o aprendizado da faculdade durava 20 ou 30 anos, hoje dura menos de cinco. A tecnologia transforma todos os processos. Por isso, a marca desta nova economia é a cabeça que acredita em experimentações rápidas, contato com o cliente, proposta de valor clara, foco no “job to be done” e aceitação ao erro.

E as empresas estabelecidas estão verdadeiramente atentas a essa cabeça? Se há muitas camadas hierárquicas entre quem toma a decisão e quem atende o cliente, não estão atentas. Se os interesses corporativos se sobrepõem à vontade do cliente, não estão atentas.

Não consigo conceber empresas que não tratem seus funcionários como parceiros, oferecendo-lhes caminhos seguros para que possam exercer suas vocações e correr atrás de seus objetivos; empresas que ainda ignorem o fato de que as pessoas querem trabalhar para si mesmas e que, em vez de limitá-las, atuem para potencializá-las nisso.

(Talvez você esteja pensando que isso é bonito, mas não funciona em empresa grande; bobagem, a XP pretende fazer IPO a um valuation acima de R$ 10 bilhões e potencializa pessoas todos os dias, com maestria.)

Não tenho dúvida de que os pilares da construção de negócios de sucesso hoje são o ambiente que impulsiona a cabeça da nova economia e os indicadores de resultado objetivos.

Nos últimos quatro anos, apliquei esses conceitos da nova economia duas vezes. A primeira foi no InfoMoney, e o resultado foi incrível: aumentamos seis vezes a audiência e cinco a receita com o mesmo número de pessoas em três anos de trabalho. O interessante é que o time sabia o que tinha de fazer, mas lhe faltavam estímulo e apoio para o erro. Tentamos muitas coisas, várias não deram certo, porém as que deram fizeram nascer um dos poucos veículos de mídia que têm um modelo de negócio forte no Brasil.

A segunda experiência foi no StartSe, empresa que criei com outros sócios depois que saí da XP e que tem a missão de conectar digitalmente todo o ecossistema de startups do Brasil. Depois de 15 meses de operação, atingimos um faturamento mensal superior a R$ 1 milhão, um NPS [net promoter score] médio de 66 e usuários únicos do site próximos de 500 mil mensais. E o melhor: nosso custo de aquisição é dez vezes menor do que o lifetime value atual dos clientes, o que nos leva a crer que ainda há muito potencial de crescimento.

O que eu espero é manter minha cabeça aberta para ir aprendendo e me mantendo competitivo. E você?

No InfoMoney, aumentamos cinco vezes a receita em três anos; no StartSe, em 15 meses, atingimos receita mensal de R$ 1 milhão