Há mais de 58 anos, o imigrante português Alexandrino Garcia (o nome Algar vem de suas iniciais) era empresário na região de Uberlândia, Uberaba e Patos de Minas e encontrava muita dificuldade em se comunicar com as capitais para fazer negócios. Por isso, resolveu investir em uma empresa de telecomunicações existente que se chamava Teixeirinha a fim de aproximar a região dos grandes centros comerciais. Garcia costumava dizer que não se importava se ia investir para cabear uma cidade de 5 mil habitantes para instalar apenas um aparelho telefônico; sua alegria era ver a região prosperar.

Na época da estatização, em 1972, a Algar Telecom, que então levava o nome CTBC, marca mantida nos produtos do varejo, foi a única empresa de telecomunicações que continuou privada no País devido ao apelo dos próprios usuários regionais. Um grupo de moradores da região promoveu uma passeata a Brasília reivindicando que a empresa continuasse privada e o pedido foi atendido. Esse fato é ímpar e motivo de orgulho para a companhia. Houve a privatização, em 1998, vieram os grupos estrangeiros e, novamente, a Algar Telecom manteve-se na família; não à toa, eles já foram chamados na imprensa de “os últimos moicanos das telecomunicações”.

Normalmente, a independência tem um preço e, no caso da Algar Telecom, este talvez seja a limitação de explorar, por enquanto, nichos de mercado específicos e concorridos. Contudo, ela vem apostando na diferenciação para sobressair e expandir-se. Em entrevista exclusiva a HSM Management, seu presidente, Divino Sebastião de Souza, discute a estratégia corporativa de crescimento, baseada em três diferenciais: a cultura interna de “gente servindo gente” formada ao longo de anos de história, a abordagem de serviço estendida às redes sociais e o compromisso com a sustentabilidade.