Segundo dados do Instituto Nielsen, 34% do faturamento das redes de varejo brasileiras provém de marcas regionais nas categorias de alimentos, limpeza, higiene e bazar. Observadores sugerem que essa presença maciça está com os dias contados, devido à concorrência global cada vez mais acirrada e a limitações como ter de vender mais para o mesmo público e a dificuldade de atrair os maiores talentos de marketing. Mas... será verdade mesmo?

A resposta é não. Se, em Minas Gerais, 99% dos lares têm algum produto da marca regional Aymoré, segundo pesquisa do Ibope, esse percentual seguirá alto. Segundo estudo do Grupo Troiano de Branding, as marcas regionais vão resistir aos gigantes do mercado, porque são fortes e continuarão a sê-lo por muito tempo. E as explicações para tal êxito são cinco.

A primeira razão diz respeito às dimensões continentais do Brasil e a seus tão conhecidos gargalos logísticos. A infraestrutura precária do País dificulta as operações de distribuição. “Uma marca produzida perto de onde será comercializada tem uma virtude incontestável, pois, assim, ela opera com muito menos complexidade logística”, explica Jaime Troiano, presidente do grupo de branding que leva seu nome. E, mesmo quando houver um salto de qualidade em rodovias, portos e ferrovias, o tamanho do País ainda garantirá vantagem às regionais, ao menos em custos de transporte.