Russ Laraway, meu sócio na Candor, é o melhor gestor com quem já trabalhei em toda a minha vida. Ele criou uma abordagem particularmente eficaz durante um período difícil no Google. Na época, Russ era diretor de vendas e tinha assumido a liderança de uma empresa que o Google havia acabado de adquirir. Os recém-chegados estavam com o moral no chão: pessimistas em relação a suas oportunidades de crescimento no Google e convencidos de que seus chefes não os valorizavam. Poucos acreditavam  que ainda estariam trabalhando lá em três anos.

No entanto, o Google tinha gastado mais de US$ 1 bilhão para adquirir a empresa deles, e precisava da equipe inteira e afinada para o investimento valer a pena. Russ percebeu que, se não tomasse alguma providência logo, a equipe começaria a debandar. Sabia que a primeira coisa que precisava fazer era mostrar à equipe que a empresa se importava com ela. Mas, é  claro, são os chefes que se importam… as empresas não têm como se importar pessoalmente mais do que o governo ou qualquer outra instituição.

Russ sabia que a maior preocupação dos funcionários do Google (tanto em sua equipe quanto em geral) eram suas perspectivas profissionais. Em parte, trata-se de um problema financeiro, já que o custo de moradia é tão absurdamente alto no Vale do Silício que poucas pessoas tinham condições de comprar um imóvel, mesmo trabalhando ali. Era também  uma questão de idade. O Google tinha uma base de funcionários  extremamente jovens, com muitas pessoas se aproximando da casa dos 30 anos e várias outras entrando na crise da meia-idade. Uma vez, em um retiro com a equipe toda, Sheryl Sandberg [então no Google e chefe de Russ Laraway e de Kim Scott] decidiu falar sobre essa ansiedade generalizada de “crescimento profissional”. “Vocês precisam de um objetivo de longo prazo e de um plano de 18 meses”, aconselhou ela.