O Brasil industrial de hoje opera com modelos de gestão híbridos: reúnem formas remanescentes de fordismo/taylorismo com elementos da produção flexível, especialmente o toyotismo – na maioria dos casos, derivadas da reengenharia. Essa é uma das conclusões de um estudo que começou em 2001 na Unicamp, com uma equipe conduzida por Ricardo Antunes e foco na sociologia do trabalho.

O que ele revela é significativo. Se até a indústria, mais facilmente enquadrada em sistemas, mistura influências múltiplas no País, é difícil imaginar o que acontece em outros setores, como agronegócio e serviços, onde vão sendo adotadas, de maneira mais ou menos organizada, ferramentas gerenciais como gestão por objetivos, gestão participativa, gestão por processos, gestão por competências etc. Então, a pergunta-chave é: as adaptações existentes são um movimento consciente das organizações brasileiras ou denotam desconhecimento em relação à gestão mundial de ponta?

Nesta edição comemorativa, HSM Management propõe dar a melhor resposta a essa pergunta, que é revisitar, em ordem cronológica, os revolucionários da gestão e suas ideias. Não se trata de uma descrição exaustiva; oferece, isto sim, os caminhos para quem quiser aprofundar-se. Aqui abordamos a essência do pensamento de cada guru; se um livro específico de um deles destacou-se, representando uma ruptura gerencial em si, ele é abordado no artigo da página 26. Por sua vez, Peter Drucker, hors-concours, é revisitado no artigo da página 20.