O fato de não serem mais os bens de capital que impulsionam a vantagem competitiva da maioria dos setores industriais, e sim as pessoas, aumentou a complexidade gerencial para as empresas. O talento certo é um bem escasso e disperso, uma vez que se exigem habilidades e saberes cada vez mais específicos; é preciso esforçar-se mais e mais para atraí-lo e retê-lo, além de “adequá-lo” às tarefas que lhe cabem. Para um número crescente de companhias, criar uma universidade corporativa (UC) é a maneira de fazer tudo isso, o que tem sido especialmente verdade em países emergentes, onde se verificam sérios problemas de produtividade, como o Brasil.

As UCs nasceram no fim da década de 1950 nos Estados Unidos como instrumento de gestão do conhecimento e da cultura organizacional. Sinônimo de UC é a universidade fundada pela General Electric em 1956 em Crotonville, no estado de Nova York, perto dos escritórios centrais, para envolver a gerência sênior da corporação nos programas educacionais; hoje, recebe por ano 10 mil participantes e, significativamente, está abrindo filial no Brasil. 

Outro caso inspirador da história das UCs é o da Universidade do Hambúrguer, que a rede de fast-food McDonald’s criou em 1961 no andar de cima de um de seus restaurantes, considerada uma das chaves de seu sucesso mundial; anualmente, passam pelas unidades desse centro educacional (incluindo a brasileira) cerca de 5 mil alunos –os cursos são ministrados em 28 idiomas. O Walmart inspi­rou-se nesse modelo.