A Lego ficou famosa por ter convidado clientes a sugerir modelos de brinquedos de maneira interativa e por recompensar financeiramente as ideias viáveis para comercialização. A varejista de camisas Threadless vende pela internet produtos que são concebidos por uma base de clientes da loja de Chicago. Em todo o setor de software, plataformas de código aberto desenvolvidas com pessoas de fora, como as LAMP (Linux, Apache, MySQL e PHP/Perl/Python), tornaram-se componentes-padrão da infraestrutura de TI de muitas empresas. Um número crescente de organizações já está adotando a abordagem a que chamamos “cocriação distribuída”, facilitada pelo crescimento da web como plataforma de colaboração. E o que vai levar a sua adoção por um número crescente de empresas é a necessidade, cada vez maior, de trazer à luz muito mais boas ideias de produtos, bem como de fazer uso melhor e mais rápido dessas ideias.

A inovação aberta, ou cocriação distribuída, é muito recente para que se conclua se as empresas devem implantá-la ou como devem fazê-lo. Mas nossa pesquisa sobre as comunidades online e nosso trabalho com uma série de pioneiros da área mostram que não é cedo demais para que os altos executivos comecem a considerar seriamente a possibilidade de abraçá-la ou a identificar desafios que lhe são inerentes, tais como o da propriedade intelectual e o do aumento do risco operacional.

A colaboração já é uma ferramenta velha conhecida das empresas. Mas ela é muito diferente na Wikipedia, a enciclopédia virtual que se tornou um fenômeno da internet. A Wikipedia é criada inteiramente por seus usuários, e não por uma equipe de desenvolvimento na Califórnia. É uma referência mundial viva, que vem se expandindo ferozmente –em menos de sete anos, já oferece mais de 6 milhões de verbetes (pense neles como equivalentes de produtos) em mais de 250 idiomas.