Cada vez mais, e com maior urgência, precisamos de mudança transformadora”, afirmou John Elkington, pioneiro da sustentabilidade corporativa, ao defender as inovações sociais durante sua palestra na HSM ExpoManagement 2010. Ele abria o evento e lhe dava um mote. No auditório principal, 12 outros experts, cada um a sua maneira, levaram a plateia a uma saudável angústia: como participar da transformação social, empresarial, planetária? E o que se via era isso sendo replicado, em maior ou menor grau, também na mostra de conteúdos e soluções.

Não é exagero dizer que quase todas as palestras foram iniciadas, de um modo ou outro, com dados comprobatórios de como a fundação do edifício humano já sente abalos. “Talvez o mundo como o conhecemos tenha ficado pequeno para acomodar nossas necessidades, que vão do alimento para o corpo à nutrição do espírito”, pontuou Philip Kotler, o grande teórico do marketing. “Talvez nos sejam necessários novos modelos estruturais e mentais ou, quem sabe, não precisemos mais de tantos modelos, e sim de mais liberdade”, sugeriu Gary Hamel, responsável pelo principal laboratório da inovação em gestão da atualidade, na London Business School, sempre atento ao que virá.

Uma transformação que responda a esse abalo tende a significar a morte da gestão, das marcas e dos processos como os conhecemos. Enfático, Hamel afirmou: a gestão tem de ser reinventada porque o mundo para o qual foi criada já não existe. Kotler o explicou de outra perspectiva, argumentando que, se as empresas não controlam mais as marcas, devemos abandonar paradigmas arcaicos da era industrial e passar a gerenciar valores em vez de marcas.