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Primeiramente, obrigada por estar aqui hoje conosco. Nós queremos falar um pouco sobre inovação agora, ok? Na sua opinião, quais são os principais desafios para as empresas que querem inovar? Eu acho que é importante, antes de tudo, diferenciar entre inovação e ruptura.

Porque as pessoas confundem o tempo todo.

Então, o caminho mais fácil é entender que inovação é fazer a mesma coisa, só que fazer melhor.

Às vezes você faz algo novo, mas que não se tornou disruptivo. Somente se torna disruptivo se você cria uma coisa nova, que transforma a outra em obsoleta. É importante entender esta distinção, porque você precisa fazer os dois.

A maioria das companhias tem que fazer os dois. Você tem um portfólio que precisa ser inovador dentro e fora. Então, você tem que ver o que é disruptivo para o seu negócio, seja como uma ameaça ou como uma oportunidade.

Há duas coisas bem diferentes que as empresas devem seguir. O grande desafio das empresas é reunir as duas coisas e ter a consciência de que a ruptura é muito diferente da inovação. As empresa tentam usar a mesma estrutura para inovação e ruptura

ou trazer a ruptura para o departamento de inovação. Estas coisas acontecem. Não é sobre ter a ideia, mas fazer algo realmente diferente, né?

Exatamente.

Muito bem.

Continuando na mesma questão, você acredita que basta apenas uma grande tecnologia para inovar, ou precisamos mais do que isso?

Toda tecnologia é incapaz, do ponto de vista do "pensar", certo? Por isso, nós amamos tanto falar sobre tecnologia na Singularity University. Sim, nós amamos.

Com certeza! É realmente somente uma peça, uma ferramenta para conseguir informação. Nós sempre precisamos começar nos perguntando sobre qual o problema que devemos resolver? Qual o trabalho que deve ser feito? A tecnologia te leva até lá. A blockchain é um bom exemplo.

Todos falam sobre blockchain atualmente, mas é um tipo de tecnologia que não faz nada particularmente, mas tem certas propriedades que permitem que você -resolva certos tipos de problemas provavelmente melhor do que a tecnologia existente.

Então, vamos começar nos perguntando qual o problema, qual o trabalho que você quer criar, ou que quer que seja feito, e descobrir qual a tecnologia certa para esta questão.

O que você acredita que é preciso mudar nos sistemas de educação para que seja possível ter uma sociedade mais inovadora? Essa é uma boa pergunta. Educação é um grande tópico, obviamente.

E eu acredito que a principal diferenciação que devemos fazer primeiro é: estamos falando sobre a educação infantil, que nos Estados Unidos nós chamamos de Kindergarten, que é o ensino fundamental?

Ou estamos falando sobre a educação para adultos? Vamos falar sobre ambas. Sim, claro.

Quando falamos sobre o ensino fundamental meu maior receio é que a maioria das escolas ao redor do mundo, e acho que não há muita diferença nos outros países,

não está ensinando um conjunto de habilidades necessárias para você ser bem sucedido hoje.

A maioria das universidades também não está mais ensinando essas habilidades,

que são relevantes neste novo mundo. Porque o mundo está mudando, como nós sabemos, dramaticamente. E o amanhã será muito diferente do que é hoje.

Há um real, importante e urgente chamado para que repensemos o que precisamos ensinar para nossas crianças, e também para os adultos, em termos de habilidades e conhecimento que eles precisam ter para serem bem sucedidos neste novo mundo.

E tem a ver menos sobre conhecimento das máquinas, porque elas já estão fazendo o trabalho delas, e mais sobre o pensar, a empatia, a tomada de decisões, que é o que realmente importa. Você já deve ter ouvido alguém dizer que algum dia, no futuro,

as máquinas e a tecnologia vão substituir o trabalho humano. O que você diz quando alguém fala isso? Que eu não tenho certeza.

A questão é que me irrita um pouco esta polêmica homem versus máquina. É muito mais interessante nos questionarmos sobre a combinação do homem com a tecnologia. Você usa o Google para encontrar o melhor caminho e você pode contar com a tecnologia.

Eu acredito no futuro e vamos deixar as máquinas fazerem o que elas sabem fazer de melhor, e vamos focar no trabalho que nós sabemos fazer melhor. Nós temos que viver em harmonia com as máquinas. É no que eu acredito.

Nós agradecemos pelo seu tempo conosco.