“Criticar é fácil; Thomas Piketty e Naomi Klein só sabem criticar” ou “Piketty e Klein são populistas, demagogos”. Esses tipos de comentários podem ser corriqueiros em rodas de executivos, mas são mal informados. A razão pela qual esse economista francês e essa jornalista canadense inspiram milhões de pessoas não é o fato de “serem percebidos como críticodentes” ou o de “falarem o que a multidão quer ouvir”.

Quando a classe média sente que paga mais impostos do que os ricos, o modelo econômico entra em crise

É preciso distanciar-se e observar o fenômeno para conseguir compreendê-lo: Piketty e Klein escolheram pôr o dedo nas duas feridas fundamentais identificadas por toda a humanidade atualmente– desigualdade social e mudança climática. Podem ser descritos, no próprio jargão da gestão, como “agentes da mudança” necessários.