Ozires Silva, o fundador da Embraer, disse certa vez, em uma entrevista a HSM Management, que nossos empresários e executivos precisam enxergar-se como parte da sociedade civil, mobilizar-se e, assim, fazer-se representar melhor pelo governo –não no velho sentido de favorecimentos, mas no que diz respeito a garantir a competitividade do País em nível mundial. É isso que o empresário alemão Nicolas Berggruen está fazendo.

Ele financia um instituto de ciências políticas de primeira grandeza para repensar a governança mundial, o Nicolas Berggruen Institute, que tem entre seus participantes ex-chefes de governo como Bill Clinton, Tony Blair e o brasileiro Fernando Henrique. E, além de sua atuação cultural por meio do suporte ao Museum Berggruen, de Berlim, fundado por seu pai, e de ser conselheiro do Lacma, de Los Angeles, da Tate Gallery, de LondresLondres, e do MoMA, de Nova York, escreveu um livro, lançado este ano, em conjunto com o analista Nathan Gardels, que propõe mudar o modelo de gerenciamento de governos. Em Governança Inteligente para o Século 21: uma Via Intermediária entre Ocidente e Oriente (ed. Objetiva), Berggruen e Gardels defendem a combinação, um tanto controversa, de modelos de governança mais e menos democráticos para que o mundo seja realmente sustentável.

A dupla de autores concedeu entrevista exclusiva a HSM Management, em que fala do desafio da governança em uma sociedade onde as informações fluem e mudam o tempo todo, e analisa o cenário mundial sob essa ótica, com dados preocupantes sobre a AméricaAmérica.