A Mercur, conhecida fabricante de borrachas do Rio Grande do Sul, renunciou ao lucro como único indicador de sucesso em nome de resultados melhores no futuro
Você, gestor, já imaginou fazer uma mudança radical em uma empresa quase centenária, bastante tradicional, com 550 funcionários e navegando no azul? É o que está acontecendo, de 2008 para cá, com a gaúcha Mercur, que produz artefatos de borracha tão variados quanto pisos, revestimentos e bolas em Santa Cruz do Sul (RS).
Um dia, em 2008, Jorge Hoelzel Neto, integrante da terceira geração da família no comando dos negócios, principal executivo da empresa desde 1991 e que hoje se denomina seu “conselheiro”, teve uma espécie de revelação, derivada de sua prática espiritual: sua empresa não estava no caminho certo.
O empresário deu-se conta de que as organizações em geral, e a sua integrava o grupo, “olhavam apenas para o próprio umbigo”, esquecendo seu dever primordial de servir as pessoas –e, assim, tornavam‑se reféns de seu capital. Com as irmãs, que o apoiaram, resolveu reescrever essa história, estimulando clientes, fornecedores e funcionários a integrar uma cadeia de produção e consumo sustentável e benéfica para o planeta.