O que fez o capítulo final da série Família Soprano ser um dos episódios mais comentados da história da televisão norte-americana? Por que o sudoku é tão contagioso e o iPhone tão irresistível? O que têm em comum o pintor Jackson Pollock e o ciclista Lance Armstrong com os físicos teóricos e os monges budistas? Se indagado, Matthew May responderá: “a elegância”.

Os quatro “S”. Ao procurar descobrir por que certos fatos, produtos e pessoas prendem nossa atenção, May examinou o elemento oculto em muitas inovações ocorridas em campos tão distintos quanto a física, o marketing, o desenho e a cultura popular e chegou à conclusão de que, ao combinar uma inusitada simplicidade com um assombroso poder, a elegância se caracteriza por quatro elementos-chave: sedução, subtração, simetria e sustentabilidade –os quatro “S” que podem nos ajudar a utilizar o poder do tal elemento oculto, a “peça que faltava”.

O que não se vê. O livro de May lança luz sobre a necessidade da elegância no design, na engenharia, no planejamento urbano, nos esportes e no trabalho, ao oferecer a surpreen-dente evidência de que “o que não está lá” costuma triunfar sobre o que se vê. Quando se enfrenta um problema difícil, uma “solução elegante”, garante ele, consegue mais com menos. Cientistas, engenheiros e matemáticos elaboram teorias que explicam fenômenos complexos de maneira simples. Os artistas e designers usam o espaço em branco, ou “negativo”, para transmitir força visual. Os músicos se valem de pausas (silêncio) para criar tensão dramática. Os atletas buscam o máximo efeito com o mínimo esforço. Cineastas e escritores se esforçam para contar histórias simples, mas que tenham repercussão universal.