Quando Peter Drucker nasceu, na Viena de 1909, era um súdito do Império Austro- Húngaro. O mundo não conhecia a linha de montagem, nem a penicilina, nem sequer um semáforo de três cores. No Brasil, criava-se a primeira instituição de ensino superior genuinamente nacional (em Manaus, pois era o auge do Ciclo da Borracha) e o Marechal Hermes da Fonseca era o presidente. Quando Drucker morreu, o mundo havia passado por muitas transformações. Era 2005, e não mais conseguíamos nos imaginar sem o espaço cibernético e a telefonia móvel. O genoma humano já tinha sido sequenciado, e a atrocidade humana, dolorosamente experimentada.

Drucker viveu durante quase todo o século XX. Atento e criativo, não se limitou a assistir às transformações. Foi agente de (pelo menos) uma: inventou a administração de empresas como disciplina. Daí a alcunha de “pai do management moderno”.

Essa inovação não surgiu da noite para o dia. Foi fruto de um esforço de codificação e sistematização do conhecimento que existia desde o final da Primeira Guerra Mundial. Seu talento e sua visão levaram-no, então, a inventar o livro de administração de empresas, cujo marco inicial foi Concept of the Corporation (Conceito da Corporação), lançado em 1946.