A General Motors já foi um titã do setor automobilístico e a empresa mais respeitada dos Estados Unidos. Porém, após décadas de declínio, a ideia que prevalece é a de que a GM é uma companhia burocrática e antiquada. A presidente, Mary Barra, com seus terninhos clássicos, combina com essa imagem de certo modo. Com uma trajetória de 35 anos na companhia, parece ser o produto perfeito da cultura corporativa que foi encarregada de transformar.

Um olhar mais de perto, porém, mostra que a engenheira eletricista tradicional, que não tem o brilho dos líderes do mundo tecnológico, vem provocando mudanças profundas nessa cultura. Barra construiu sua carreira supervisionando fábricas, cadeias de fornecimento e o próprio portfólio de produtos da GM, o que lhe garantiu um senso prático que muitas vezes falta a outros presidentes de empresas.

Ela soa sincera quando diz que tem consciência de que 223 mil funcionários da GM terão um comportamento diferente se seus planos para o futuro não forem bem-sucedidos; que precisa substituir uma cultura de culpa e burocracia por outra, voltada para responsabilidade, velocidade e colaboração. “Nesse universo em transformação rápida, você precisa de uma cultura ágil”, diz. “Ainda temos muito trabalho pela frente.”