Talvez nem todos os leitores de HSM Management conheçam o Grupo Habitasul, de origem gaúcha. Mas todos já devem ter ouvido falar do Jurerê Internacional, o bairro planejado de Florianópolis, à beira-mar, sem cerca nem portaria, onde casas não têm muros “porque quem deve viver atrás de grades é bandido, não o mocinho” e ocupam só 35% de seu terreno. É onde, no verão, veem-se desfiles de Ferraris e de celebridades, onde se vende champanhe na praia. Também é onde se alugam casas por até R$ 10 mil ao dia na alta temporada. Foi apresentado em uma reportagem recente do jornal The New York Times como “the place to be”, o lugar onde se deve estar.

Antiga fazenda de arroz de 600 hectares que o ex-governador de Santa Catarina Aderbal Ramos da Silva tentou transformar em loteamento sem sucesso, esse terreno, no norte da ilha, era polo de “farofeiros” nos anos 1970, quando foi adquirido pelo jovem empreendedor gaúcho Péricles Druck, fundador do Grupo Habitasul, que já tinha banco, incorporadora e escritório de advocacia no vizinho Rio Grande do Sul. Druck enxergava uma demanda não satisfeita por bairros luxuosos e viu ali um local ideal para satisfazê-la.

Mas, entre o querer e o fazer, percorreu longo caminho, que hoje resulta em valorização de 4.500% em dólar –como se o leitor vendesse um Fusca 1.3 usado, ano 1975, pelo preço de um BMW Z4 2010, conversível, zero-quilômetro, com opcionais. (A valorização se estendeu ao restante da praia do Jurerê, inclusive.)