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Obrigado, senhoras e senhores, Por comparecerem a esta sessão E por estarem aqui esta manhã. Pensei que nesta manhã, Poderíamos falar sobre a questão

geral em Gestão e Estratégia, nos quais invisto a maior parte do meu tempo no momento. O que nos traz uma nova questão, Sobre a qual não pensamos muito.

E é a relação entre Negócios e Sociedade. Ou Comunidade. O que sabemos hoje é que em todo o mundo existe uma tensão Entre os Negócios e a Sociedade.

Há um sentimento geral nos cidadãos de que a prosperidade nos Negócios Não os torna mais prósperos de fato. Que a Comunidade não se beneficia Do crescimento nos negócios e lucros.

E como resultado, eu acredito, Temos muitos pedidos para que Haja a regulamentação dos negócios.

Para que as taxas sejam maiores, Para que os negócios sejam contidos.

E acho que esse é um caminho Que não pode levar a um bom lugar. Porque sabemos que os negócios são o motor fundamental da riqueza. E somente uma economia forte pode Elevar o padrão de vida.

E a criação de novos empregos. Não poderemos ter uma boa comunidade empreendedora, Ou mesmo uma sociedade saudável.

Acho que o que as empresas tem feito, historicamente falando, é lidar com esse problema e com os sentimentos que ele causa Com o que é normalmente chamado Responsabilidade Social Corporativa.

Os negócios tem se estabelecido para serem bons cidadãos Muitos negócios doam dinheiro Para organizações sociais Empregados das empresas são voluntários etc.

A ideia é que empresas precisam devolver algo, precisam mostrar que se importam. E Responsabilidade Social Corporativa é uma forma de fazer isso.

E também é formada para satisfazer Os padrões sociais esperados. Em termos de meio-ambiente e outras coisas assim.

Mas o que descobrimos, E isso é surpreendente, é que quanto mais empresas atuam com responsabilidade corporativa, Menor é a confiança nas estruturas de negócio.

Então, de alguma forma, isso não está funcionando. E não funciona, porque não temos nem nas empresas, nem nas comunidades Uma compreensão sobre A fonte do problema.

Esse é um tópico sobre o qual escrevi recentemente No Harvard Business Review. No artigo "Criando Valor de Ações"

E a ideia é que ao invés de ver Negócios e Sociedade como separados Precisamos entender que essas coisas São inerentemente conectadas. E na verdade as maiores oportunidades De lucro e crescimento nos negócios

Virão da habilidade de utilizar os principios de Negócios e do capitalismo, para tratar dos problemas relevantes da sociedade. Para tratar dos problemas ambientais Para tratar dos problemas na saúde,

Água, pobreza e todas essas questões que, conhecemos como fundamentais Aqui no México e em todo o mundo.

E a ideia é que em diversas ocasiões, Voce pode criar valor de ações. Servindo a essas necessidades e fazendo isso de forma eficiente e produtiva, você pode não só seguir com seu negócio e lucrar com ele,

mas também poderá impactar profundamente o problema social, seja ele qual for, de forma que se tenha uma escala. De forma que possa seguir sozinho, e servir a milhões de pessoas.

Em contraste com o modelo de ONGs, E do governo mesmo, Onde você tem poucos recursos e só pode resolver as questões aos poucos. Então, a pergunta que agora surge nos negócios

E ponderando sobre essa questão, como se cria valor de ação? Como expandimos aquela reflexão sobre quem é o cliente? Como ampliamos a reflexão sobre quais necessidades tentamos servir?

Como aumentamos a reflexão sobre nossa conduta na comunidade, Em termos de cadeia de valor. Vou dar a vocês alguns exemplos. Na industria de alimentos. Temos um histórico na indústria de alimentos,

De definir seu trabalho como o de prover mais e mais e mais comida.

Então, o que fazem? Bom, tentam fazer com que você coma mais. E para fazê-lo comer mais, colocam muito açúcar, muito sal, gordura. Fazem as porções cada vez maiores,

E fazem parecer que "bons negócios" É conseguir com que comamos mais. Mesmo que no final fiquemos gordos. Ou que tenhamos problemas de saúde. Mesmo que, no final, não nos sintamos muito bem.

Então esse é um exemplo de um negócio, observando uma necessidade, Sob uma ótica tradicional, servindo a uma necessidade tradicional, Com abordagens tradicionais.

E se a mesma companhia disser: "espera, não é assim que eu trabalho, estou neste negócio para proporcionar nutrição." "Estou nesse ramo para proporcionar nutrição saudável para os clientes."

E isso a leva a uma direção completamente diferente. E a mesma criatividade e inovação, a mesma sofisticação de mercado,

Se aplicarmos para essa necessidade, Pode criar valor de ação. Pode aumentar seus negócios, criando oportunidade para diferenciação. E inovação. E crescimento. E no processo, você poderá de fato

tratar de uma necessidade relevante para a sociedade. Vamos levar isso para a industria farmacêutica. A industria farmacêutica, no mundo inteiro, tinha um modelo de serviço

Para clientes com grandes valores em dinheiro, com remedios muito caros. Principalmente na América do Norte e Europa.

Eu não sei o número exato, mas acho que a industria farmacêutica mundial, a indústria convencional, serve talvez a 400 milhões de pessoas? Mas existem 6 bilhões de pessoas no mundo todo. Certo?

Então aqui temos toda uma industria para servir ao cliente tradicional, de uma maneira tradicional, com um produto tradicional. E poderiam estar pensando sobre como servir os bilhões de clientes?

E talvez eles não possam pagar tanto, talvez não possamos usar os mesmos canais de distribuição. E talvez não possamos usar os mesmos modelos de negócio. Mas e se começarmos a inovar? E agora as empresas melhor preparadas

estão abrindo essas brechas. Na India, na China, nas comunidades com menor renda e até nos países desenvolvidos.

E estão expandindo o mercado, e crescendo, criando valor de ação.

Elas estão voltando suas soluções para necessidades sociais importantes usando o capitalismo. Deixe-me complementar um pouco, falando que o capitalismo é mágica. Com o capitalismo, um empreeendedor

Que criar um produto que compreende e serve com rentabilidade a demanda, Cria valor, partindo do nada. Você não precisa de petróleo Voce cria valor a partir do nada.

Precisamos achar uma forma de usar esse poder incrivel do capitalismo, para resolver cada vez mais problemas enfrentados pela sociedade. Porque se não o fizermos, não há duvida que esbarraremos cada vez mais

recursos e capacidades limitados, eficiencias, produtividade limitados habilidades limitadas. Então, minha questão agora e acho que estamos em um ponto crucial,

nos negócios. É que para que os negocios comecem a pensar não apenas como maximizar valor, mas como ser um capitalista inteligente e crio mais valor em ações?

E minha previsão é que dentro dos próximos 5, 10 ou 20 anos, esta série de questões, problemas e esta inovação provavelmente serão a inovação mais enérgica, que todos teremos que aprender e entender.

Ok, vamos abrir para perguntas. Sim, você.

Concordo que o capitalismo é mágico, mas temos tantos desempregados...! Hoje em dia são 20 milhões nos EUA, e 5 milhões na Espanha. Aqui nem temos as estatísticas de desempregados existentes no México,

Mas algo está dando errado. Então, por que pediríamos um terno da Itália ou computador da China? Se tivermos mais produtos locais, produzidos aqui, então talvez tenhamos menos desemprego.

Mais empregos. O que pensa sobre isso? Bem, sabe, acho que temos grandes problemas de desemprego, em várias partes do mundo. Mas não todas.

Muitas partes estão indo bem. Mas alguns paises, como os EUA, que normalmente tem mais empregos, não geram mais esses novos empregos, E por varias razões. O que descobrimos é que,

se você começar a criar empregos, ao inves de negócios produtivos, então voce estaria diante de um grande problema. Um dos problemas que temos na America,

é que estamos desconstruindo o problema criando empregos, ao invés de tornar nossa economia mais eficiente, mais competitiva, mais inovadora, mais produtiva.

E acho que o mesmo problema existe aqui no México e em outros países. Temos tantos obstáculos, que estão no caminho, dos negócios e empresas em crescimento.

Existem tantas necessidades para serem coordenadas, várias demandas. Então, não acho que devemos pensar que o problema seja um problema de demanda. Não acho que devemos nos afastar

da ideia de que devemos ter uma economia global com uma distribuição de trabalho eficiente entre os países. Mas, acho que nessa economia global, temos um ambiente muito mais punitivo

em que países que não lidam com bases que vão de encontro à produtividade e crescimento, pagam um preço muito mais alto do que costumavam pagar. A economia costumava ser auto-contido. E agora é muito menos.

Não acho que resolveremos o problema recuando, precisamos que todos esses bilhões de pessoas se tornem parte do mercado. Mas no México e na América, nós precisamos começar

a derrubar as coisas que estão atrapalhando o crescimento, como regulamentações ineficientes, sistemas de taxa distorcivos. Que as pessoas evitam por serem muito complicados.

Deficiência no fornecimento de educação, para que as pessoas se tornar trabalhadores produtivos. E esse é um problema desafiador, já que você aponta para os problemas politicos mais fundamentais

do mundo inteiro, e que são uma realidade em diversos países. Mas eu realmente não acho que podemos resolver o problema cercando nossa economia e comprando tudo "em casa".

Certamente temos empresários mexicanos capazes de fazer um terno no Mexico que as pessoas vão querer. E por um bom preço.

E essa é a maneira de tirar os italianos do mercado. Compreende? Mas isso exige inovacão, leis de trabalho mais flexíveis, das que existem no México. Exige menos burocracia!

Sabe, que permita a você ser mais produtivo e eficiente. Então temos um compromisso com as principais causas

da baixa produtividade e ineficiência, que no fim, são o que de fato acabam com as oportunidades de trabalho. Não vamos achar que há uma força exterior causando o problema.

Qual é sua melhor sugestão para empresários de pequeno e médio porte, na América Latina, para que criem "share value"? Sabe, acho que há uma oportunidade épica na América Latina,

e acho que, provavelmente, a maioria das empresas latinoamericanas focam nos clientes com verbas altas. Mas eu acho que as maiores oportunidades estarão com

clientes de médio e pequeno porte de consumo. Temos milhões e milhões e bilhões, centenas de milhões de áreas no mundo que normalmente não tem suas necessidades atendidas pelo mercado.

E eu tenho visto algumas das maiores inovações, pela América Latina, servindo a esses mercados. Aqueles fora da Cidade do México, Onde, mais uma vez, existe uma comunidade de negócios desenvolvida.

Acho que as chances de valorizar as ações estão com esses clientes. que vivem fora do mercado tradicional, mas que ainda assim estão se dando um pouco melhor em alguns países.

E que tem dinheiro para gastar, apenas não um monte.

Então é preciso reinventar o produto. Acho que existem oportunidades. Se eu fosse um empresário atualmente, e neste país, eu estaria pensando: "Quais são os principais problemas do México?"

"Quais são os problemas relevantes para os cidadãos mexicanos? Segurança é uma grande questão. Tenho certeza que a poluição, em algumas áreas, também é um grande problema.

Então, vamos começar com esses problemas. Vamos começar com os problemas que afetam a vida das pessoas, com essas questões que afetam sua saúde, bem-estar

suas famílias e percepção do futuro. Olhamos a educação e vejo ensino privado de qualidade, inovação, na América Latina. Porque o sistema escolar público não funciona,

então simplesmente desistimos. Vamos adotar um novo sistema! Vejo grandes inovações em áreas rurais, proporcionando proporcionando produtos e serviços para atender a necessidades.

Então temos muitas oportunidades. Existem infinitas necessidades,

só precisamos achar uma forma de servir a essas necessidades lucrando. E não vamos fazer isso vendendo a um fazendeiro em uma área rural uma geladeira que se parece com a de um consumidor com mais recursos

na Cidade do México! Então precisamos inovar, mudar a forma como pensamos, afrouxar todas as restrições. E acho que a comunidade dos negócios pode liderar essa mudança,

mas, neste momento, nosso maior problema é o pensamento restrito.

O que mudou desde seu primeiro livro sobre estratégia, há 20 anos atrás? Ah, as coisas aqui ficam cada vez mais importantes! Há 20 anos havia mais distorções, menos competição, mais protecionismo,

menos países com os quais competir, os mercados capitais eram menos eficientes. E com mais competição surgindo, globalização e maior eficiência,

as empresas precisaram cada vez mais, mais, mais e mais desenvolver uma vantagem competitiva. Precisavam de uma estratégia clara, precisavam fazer escolhas, sobre quais necessidades atender.

Então os princípios fundamentais se tornaram mais importantes a cada ano. Bom, as circunstâncias, tecnologia, natureza dos canais de distribuição, todas essas coisas estão mudando constantemente.

Então, quando abordamos a indústria atualmente, olhamos coisas diferentes das quais costumavamos olhar. Qualquer que seja a indústria hoje, está se voltando para a Internet.

E como isso afeta a estrutura da indústria? Como isso afeta o relacionamento entre o canal e o cliente? E quando pensamos em fornecedores, não é só nos fornecedores locais,

mas também na cadeia global de fornecedores. E como anunciar esses fornecedores, quando temos uma cadeia global? As circunstâncias estão sempre mudando, mas o trabalho que faço

é o de sempre tentar observar as fundações estruturais. E aí, a ferramenta que permite a você olhar qualquer indústria a qualquer momento, e através dessas estruturas, tentar compreender

as circunstâncias atuais, oportunidades particulares para empresas em particular. Então, uma das coisas mais importantes em estratégia hoje

é integrar o valor de ação. A empresa que será bem-sucedida pelos próximos vinte anos, será aquela que vai integrar essa oportunidade. Será a empresa que relmente atender necessidades sociais de novas formas.

Então, tanto o desafio real dos negócios, quanto na literatura, é sobre a tendência atual. E a ideia é que a tendência atual vai permanecer. E, se for rápido em segui-la, obterá sucesso.

Mas descobrimos que não é bem assim. Porque todos seguirão a tendência. E o sucesso estratégico vem da capacidade de olhar profundamente,

aqueles fundamentos básicos que permitirão sustentar as vantagens. Acho que nosso tempo acabou.

Obrigado por todas essas excelentes perguntas, foi um prazer estar aqui.