O leitor há de concordar: a máxima “Crise é oportunidade” anda tão acionada que muito provavelmente venceria com folga uma eleição direta para maior chavão do mundo corporativo. E, como infelizmente ocorre com tudo que é acionado demais, vem perdendo credibilidade.

No entanto, ainda é cedo para esquecer que o Brasil encontrou a oportunidade de montar o mais importante museu de arte ocidental do hemisfério sul em plena crise da Europa do pós-guerra, que vendia Modigliani quase a preço de banana. O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand abriu suas portas em 1947, somente dois anos após o Dia D, e Modigliani era apenas um dos grandes mestres de sua admirável coleção.

Embora o Masp nem tenha sido mencionado nas palestras da HSM ExpoManagement 2011, realizada em novembro último, o que ele simboliza estava solidamente presente nos corredores e estandes, nos coffee breaks e happy hours, durante os três dias do evento. A especulação era a mesma: “Seremos capazes, no Brasil, de construir vários Masps durante esta crise ou cederemos ao medo e ao peso do chavão desgastado?”.