Poucas organizações de negócios estão prontas para a colaboração em criação. Mesmo as que conseguem fazê-lo costumam ser “assombradas” por uma cultura que lida mal com os resultados. Assim, muitas ideias chegam ao mercado simplesmente porque alguém do topo as apoia, não porque são as melhores.

É Tim Brown quem diz isso na entrevista a seguir. E o que ele propõe como alternativa? O “pensamento de design” (design thinking): a incorporação dos métodos de solução de problemas e de geração de ideias dos designers à organização tradicional, trabalhando com –e, vez por outra, contra– a área de pesquisa e desenvolvimento (P&D) tradicional. A intenção é ampliar horizontes e instilar uma orientação mais inovadora, especialmente durante crises econômicas. Brown assinala: “Quando estamos assustados, nosso campo de visão tende a se estreitar, não é?”. Ele elabora os conceitos e práticas do pensamento de design em seu novo livro, Change by Design: How Design Thinking Transforms Organizations and Inspires Innovation.

Nascido em Lancashire, Inglaterra, Brown preside a californiana Ideo, de Palo Alto, empresa de inovação e design conhecida pela expansão de sua atuação e por sua contribuição bem-sucedida, e bem documentada, a grande variedade de áreas. “Fazer perguntas incomuns sobre serviços de saúde, energia ou educação, entre outras áreas, tornou-se parte da razão de ser da Ideo, assim como contar histórias”, diz ele, mostrando que o designer também tem que ver com o jornalista, com o escritor e com o filósofo.