Com o perdão da repetição do termo, inovação evoca o novo. E novo é um conceito temporal. No dicionário, “novo” é algo que tem pouco tempo de vida, que apareceu recentemente. De todas essas constatações um tanto óbvias, emerge outra da mesma espécie: já faz algum tempo que a inovação de hoje apareceu e, portanto, ela já não é tão nova! Em verdade, mesmo quando surgiu essa inovação de que a gente ouve por aí, ela não era tão nova, porque quem primeiro chamou a atenção sobre o impacto do novo no progresso econômico e social foi Joseph Schumpeter, economista e cientista político austro-americano que viveu entre 1883 e 1950. É de Schumpeter a identificação da inovação como a mais crítica dimensão da mudança econômica. E é exatamente esse o ponto de partida que vamos escolher para chegar à nova inovação.

Só que... em vez de caminhar para frente na linha do tempo, vamos primeiro caminhar para trás. Bem lá atrás, quando a filosofia estabeleceu um de seus aforismos, afirmando que algo só é sensato se seu extremo oposto também é. Simples, mas que funciona muito bem! Tão bem que surgiram até métodos linguísticos para a construção do extremo oposto. Assim, algo só pode ser inovado se também puder ser “envelhado”. Nada que não pode ficar velho poderá, portanto, ser inovado.

O ponto seguinte a considerar em direção à nova inovação se apoia em outro conceito de Schumpeter, tão repetido quanto pouco entendido: a destruição criativa. Também conhecida como “vendaval de Schumpeter”, é bom lembrar que essa destruição não significa uma hecatombe das organizações, e sim o desaparecimento de uma ordem econômica para dar lugar a outra, de caráter inovador. Mas, como diz uma amiga, a sonoridade da língua alemã nessa definição –“schöpferische Zerstörung”– sugere a passagem de valquírias cavalgando no horizonte apocalíptico. E, como um vendaval, a nova ordem altera a dinâmica dos meios de produção.