Na economia do conhecimento, dá-se como certo que, para concorrer e ter sucesso, as empresas devem contratar as pessoas mais talentosas, que demonstrem vantagem de produtividade em relação aos colegas de trabalho. Muitas companhias tentam contratar essas estrelas, atraindo-as, mesmo que estejam na casa concorrente. No entanto, “confiar em estrelas é uma política de gestão altamente especulativa, porque não sabemos muito sobre o que leva à performance individual de destaque”, alerta Boris Groysberg, iniciando o debate que propõe em Chasing stars: the myth of talent and the portability of performance, livro lançado em maio de 2010 pela Princeton University Press.

A obra é o ápice do trabalho de pesquisa de quase uma década. No livro, Groysberg analisa a suposição de que os profissionais de performance excepcional levam tal superioridade consigo quando mudam de empregador. Após estudar a carreira de mais de mil analistas-estrela de bancos de investimentos de Wall Street e conduzir mais de 200 entrevistas, o autor chegou à conclusão de que a maioria das estrelas que abandonam seus empregos revela-se cometa, astro cujo esplendor se perde rapidamente, porque sua excelência parece depender em grande medida de fatores institucionais.

Três exceções confirmam essa regra: as estrelas que mudam de companhia com sua equipe, as que mudam para um local que as acolha melhor e as mulheres que se saem melhor que seus colegas do sexo masculino na situação de mudança, aspecto curioso a que o autor dedica especial atenção.