Frequentemente o capitalismo é acusado de causar seis males à humanidade: explorar trabalhadores, ludibriar consumidores, promover desigualdades ao beneficiar ricos em detrimento de pobres, homogeneizar a sociedade, fragmentar comunidades e destruir o meio ambiente. No livro Capitalismo Consciente, o empresário John Mackey (fundador da Whole Foods) e o consultor Raj Sisodia lembram que o capitalismo também fez muito bem ao mundo: se, 200 anos atrás, 85% da população mundial vivia em extrema pobreza (renda de menos de US$ 1 por dia), hoje são apenas 16% (e com uma população muito maior), enquanto a expectativa de vida média saltou de 30 para 68 anos. Trata-se de um “sistema muito eficaz para despertar, direcionar e multiplicar o engenho humano”, e, segundo eles, o que falta é baseá-lo na criação de valor para todos os stakeholders e não apenas para alguns, corrigindo distorções como a variante “capitalismo entre amigos”. O livro propõe quatro princípios para as empresas liderarem essa mudança, desenvolvidos em 18 capítulos, e HSM Management publica, na íntegra, o segundo deles: “Maravilhoso, incompreendido, difamado”.

Ao longo da história, nenhuma criação humana exerceu maior impacto positivo sobre tantas pessoas e com tamanha velocidade como o capitalismo de livre-iniciativa. Sem dúvida, trata-se do maior sistema de inovação e de cooperação social já criado, pois proporcionou a bilhões de pessoas a oportunidade de participar da grande experiência de ganhar o próprio sustento e encontrar sentido existencial por meio da criação de valor para os outros. Em apenas dois séculos, as empresas e o sistema capitalista transformaram o planeta e a vida diária da maioria de nós. As extraordinárias inovações deflagradas pelo sistema libertaram parte da humanidade de trabalhos penosos e irracionais, comuns no passado, e nos permitiram uma existência mais vibrante e satisfatória. Tecnologias maravilhosas encurtaram o tempo e a distância, formando um único tecido transparente a cobrir a humanidade, estendendo-se aos redutos mais remotos do planeta.

Tudo isso já foi feito, mas ainda há espaço para novas conquistas. A promessa desse maravilhoso sistema de cooperação humana está longe de ser totalmente cumprida. Boa parte do mundo ainda não adotou os princípios essenciais do capitalismo de livre-iniciativa e, em consequência, a prosperidade e a satisfação coletivas ainda estão aquém do que poderiam.