Pharrell Williams esteve recentemente em São Paulo, levantando a galera do festival Lollapalooza. O que os fãs de seu hit Happy talvez não conheçam é seu lado de garoto-propaganda, que não aparece no Brasil.

Ele é a cara da campanha por oceanos limpos da grife de jeans G-Star Raw Denim –iniciativa que visa retirar os plásticos encontrados na água reciclando-os como fibras têxteis, algo tão avançado que virou conceito: up-cycling. E também é a cara da Uniqlo, fabricante de camisetas que promete os preços mais baixos do mercado e, para isso, usa algodão não orgânico, consome em seus processos fabris uma quantidade de água insustentável (segundo os ambientalistas) e gera a desconfiança, não comprovada, de que o cultivo de seu algodão envolva mão de obra escrava.

A ligação de Pharrell com posicionamentos tão opostos como os da G-Star Raw Denim e da Uniqlo vem gerando intenso debate na América do Norte –os fãs, também consumidores, não se importam com a contradição? A “dicotomia Pharrell”, como vem sendo chamada, deixa as empresas em dúvida sobre como lidar com essas questões.