Durante a maior parte dos últimos 25 anos do século 20, a IBM foi um perfeito e altamente disciplinado modelo da Caixa #1. Era a principal fornecedora de tecnologia da informação (TI) – hardware, software e integração de sistemas – para grandes e médias empresas. Ao mesmo tempo cara e complexa, a tecnologia sempre constituiu uma compra arriscada.

Diretores de TI responsáveis por decisões de compra eram vítimas da famosa alta rotatividade na área – o tempo de permanência média dos profissionais no emprego, na década de 1990, mal passava de dois anos –, de modo que valorizavam muito a reputação de qualidade e confiabilidade da IBM. A empresa era a escolha segura para os diretores de TI, que atuavam sob constante pressão. Como se dizia na época, “ninguém jamais foi demitido por comprar da Big Blue”.

A IBM fez a festa na condição de fornecedor mais respeitado do setor. Os diretores de TI mantinham o emprego comprando tecnologias da empresa, em uma estratégia que consideravam inteligente, consolidando a IBM no posto de principal marca de computação empresarial.