Em uma participação recente no blog Management Innovation eXchange,Terri Kelly, CEO da W.L. Gore & Associates, convocou as empresas em geral a aderir ao inovador modelo gerencial Gore. “O modelo de um líder único e poderoso é atraente por sua simplicidade, mas não é prático, nem evita catástrofes, como a história já mostrou; à medida que as empresas crescem em tamanho e complexidade, torna-se necessário distribuir o ônus da liderança entre funcionários”, explicou Kelly, argumentando que, de outro modo, corre-se o risco de a companhia ficar sem talentos (ser rejeitada por estes) e restringir seu crescimento.

O modelo gerencial da empresa norte-americana especializada no desenvolvimento de tecnologias de fluoropolímeros para aplicação industrial é considerado superior pelos mais diversos especialistas em gestão. A organização, que figura na lista da Fortune como um dos melhores lugares para trabalhar, aboliu a estrutura hierárquica, como os leitores de HSM Management já sabem, trocando-a pela liderança compartilhada. Isso, apesar de ter mais de 9 mil funcionários em 30 países e faturando mais de US$ 2,5 bilhões por ano. Na Gore não há chefes; cada um deve ter iniciativa e coordenar a si próprio, determinando seus compromissos e objetivos. E, se precisar de ajuda, pode recorrer ao “patrocinador” que lhe foi designado, um funcionário com mais experiência cuja função é velar pelo crescimento e sucesso do iniciante dentro da companhia.

Engana-se, contudo, quem pensa que essa democracia corporativa é fácil. Vertigem é o sentimento de todos os funcionários da Gore em seu primeiro dia de trabalho ali, ao lado da sensação de liberdade, conforme pesquisas realizadas.