Pensamento lúcido, ideias polêmicas e ímpeto para falar. Assim é Henry Mintzberg, professor da canadense McGill School, 33º nome do ranking Thinkers 50 e autor de livros de gestão tão essenciais quanto "Safári de Estratégia"
O sr. sustenta que o management está infestado de mitos. Pode nos dar um exemplo disso?
Sim, comparar o gestor com o maestro de uma orquestra. Acredita-se que, da mesma forma que o maestro de uma orquestra, que indica com um movimento de sua mão a entrada dos diferentes músicos, ao gestor basta fazer um gesto para que o departamento de marketing realize suas campanhas ou o departamento financeiro faça sua parte e todos trabalhem em harmonia. A realidade não é assim; ao contrário, o gestor é como o maestro de uma orquestra durante os ensaios, em que quase tudo dá errado, os músicos não tocam bem e os ajudantes fazem barulho. Mas os gestores preferem a imagem pomposa de um maestro dirigindo um concerto espetacular em um teatro cheio.
O sr. diz que o modo como chamamos as coisas tem consequências naquilo que fazemos com elas. Qual é a consequência de chamar de “recursos humanos” o departamento encarregado da gestão das pessoas?